A corrupção tem sido um tema bastante comentado e discutido nos últimos anos, principalmente no Brasil em que novos casos são noticiados a todo momento. Embora muito relacionado a questões políticas, as empresas, sejam elas de grande ou pequeno porte, também se preocupam e sofrem com esse problema. De acordo com entrevistas do relatório Confronting Corruption realizadas pela Economist Intelligence Unit a pedido da PwC, foi constatado que 50% das organizações participantes já recusaram oportunidades de novos negócios devido a riscos de corrupção, sendo que mais de 80% afirmaram que suas empresas já sofreram impactos negativos por conta desse problema no passado.

O cenário de grande preocupação com as possíveis consequências da corrupção também pode ser percebido nos Centros de Serviços Compartilhados (CSCs). Porém, para os CSCs, o controle e os riscos estão principalmente voltados à contratação de empresas terceirizadas. Na pesquisa realizada neste ano, pelo Instituto de Engenharia de Gestão (IEG) com um dos grupos de CSC do Brasil, observou-se que 89% das empresas realizam planejamento e controle específico para contratação de terceiros e a maioria (55%) afirmou que realiza due diligence (anticorrupção) com os terceirizados para analisar a sua reputação.

De forma geral, a due diligence, também chamada de diligência prévia, é um conjunto de procedimentos e análises de investigação realizado antes do fechamento de contratos para que a parte contratante tenha garantias de que os riscos serão minimizados. Embora não seja possível dizer com total precisão se um terceiro irá ou não cometer um ato de corrupção, a due diligence permite a construção de uma sólida documentação que protegerá a empresa de investigação, caso um contratado-terceiro pratique tais atos.

Apesar de as vantagens da prática serem importantes, algumas empresas ainda não a utilizam, em grande parte, por dois motivos: custos e impacto na relação com os terceirizados. Algumas organizações não possuem conhecimento da relevância do due diligence, focando apenas nos maiores custos que seriam gerados. Porém, esse gasto pode ser recompensado, por exemplo, ao se encontrar informalidades e contingências fiscais que ocasionariam problemas ainda maiores no futuro. Já o segundo motivo decorre da tensão que pode ser causada no relacionamento da empresa com as terceirizadas ao passar a sensação de “desconfiança”, mas ambas as partes devem ter consciência de que tal prática beneficia todos os envolvidos desde que estes trabalhem de acordo com a lei e a ética.

Os riscos de se fechar uma contratação sem a devida deligência são muitos e podem impactar negativamente qualquer empresa, mesmo aquelas já consideradas consolidadas no mercado. Por isso e pelo receio de a corrupção estar cada vez maior, nota-se uma tendência crescente de um melhor controle entre as organizações que fazem com que a implementação de práticas como o due deligence seja cada vez mais comum no mercado.

Autor

Redação IEG

O IEG é uma empresa que elabora soluções de ensino, pesquisa e consultoria em gestão de forma integrada e complementar para você e para a sua organização.

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